O cerne deste livro é demonstrar que Theodor Adorno ancorou suas crÃticas à sociologia sem perder de vista a especificidade histórica das sociedades modernas. O sociólogo Caio Vasconcellos vai, desta forma, perscrutar o sedimento social que se armazena em conceitos de Adorno, transitando da crÃtica à s formas positivistas da sociologia para a crÃtica da configuração social no capitalismo tardio.
O livro percorre, desta forma, um caminho bem definido. O pesquisador começa sua reflexão a partir das ideias de Comte e do positivismo, destacando as considerações sobre estática e dinâmica social. Em seguida, debruça-se sobre Durkheim e procura trazer à tona os percalços de sua conceitualização: da ênfase à análise da morfologia social e ao conceito de consciência coletiva, passando por suas discussões acerca do suicÃdio até chegar aos seus textos tardios. Assim, Caio Vasconcellos abre caminho para a análise de Adorno propriamente dita.
O trabalho vai, então, promover uma discussão densa sobre o conceito de sociedade desenvolvido por Adorno. Para tanto, Caio Vasconcellos recorre, principalmente, à s crÃticas adornianas a insuficiência conceitual inerente à s correntes coetâneas do positivismo. Após uma discussão acerca da regressão teórica sobre a qual o positivismo se erige e que deve ser superada pela sociologia crÃtica, o pesquisador busca delinear como a composição de uma teoria social tornou-se essencial para a compreensão de uma sociedade que se configura e se reproduz como uma segunda natureza.